Produzir o máximo efeito com o mínimo de recursos é o objetivo central do projeto da Casa de Armamar.
Num contexto de casas dispersas, inserido numa paisagem rural qualificada e voltada para um vale idílico, este é um objeto que se integra no lugar, evocando a escala e a imagem dos pequenos anexos agrícolas que o pontuam.
Com uma materialidade simples, recorrendo a elementos económicos e rústicos, o projeto especula uma arquitetura popular contemporânea. No processo, fragmentou-se a área de construção em pequenos volumes, ajustando a escala da intervenção ao lugar, e implantando-os cuidadosamente de forma que a intervenção tivesse um impacto mínimo na topografia, nos muros e na vegetação preexistentes.
Com um programa voltado para o turismo e a ocupação ocasional, o interior organiza-se simetricamente à volta do núcleo social da casa, expandindo-se sobre a paisagem, e a materialidade é cuidadosamente modulada de maneira a produzir, sobre o mesmo tema, cores e texturas confortáveis e convidativas.
Com o mínimo de recursos e uma paleta limitada de materiais acessíveis, abundantemente disponíveis e de execução simples, foi possível criar uma peça arquitetónica recheada de diálogos entre a obra e o lugar, entre o uso e a arte, entre o passado e a contemporaneidade, repleta de citações populares e eruditas, e produzindo um espaço que se quer habitar.













